A produção física de embalagens cresceu 3% no ano de 2019, após avançar 1,9% e 2,6% em 2017 e 2018, respectivamente. Os dados são do estudo ABRE Macroeconômico da Embalagem e Cadeia de Consumo no Brasil, sob a chancela do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), divulgado no último dia 18 para todo o setor. O valor bruto da produção física de embalagens tem previsão de atingir o montante de R$ 80,2 bilhões, um aumento de 6,5% em relação a 2018 (R$ 75,3 bilhões).
Os resultados positivos foram influenciados por algumas das principais indústrias usuárias de bens de consumo, especialmente em dois segmentos que são considerados os principais clientes das indústrias de embalagem: alimentos com alta de 1,6% diante de uma queda de -5,3% em 2018 e bebidas que cresceu 4% no ano passado.
Dentro da produção física de embalagens por classes, as embalagens de vidro e metálicas se destacaram com os maiores índices de incrementos em sua produção, com crescimento de 12,2% e 6,1%, respectivamente. As embalagens de madeira foram as únicas a apresentarem retração em sua produção física. Os bons resultados do setor também influenciaram o nível de emprego na indústria de embalagens, que atingiu, em dezembro de 2019, um total de 223.280 mil postos de trabalho, um crescimento de 1,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para 2020, o cenário ainda é incerto. A pandemia de coronavírus tem provocado abalos nos mercados globais, nas cadeias de suprimentos e na atividade econômica em geral. De acordo com Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do IBRE/FGV e responsável pelo Estudo “em um cenário mais conservador, o PIB pode crescer algo próximo a 1% e a indústria de embalagem 0,6% em 2020. Mas certamente qualquer recuperação virá no segundo semestre. E se o trabalho de saúde for bem feito, em junho, julho podemos voltar à normalidade. Os investimentos tendem a desacelerar. Mesmo assim, o cenário da inflação continua benigno. Mas certamente a incerteza será um fator preocupante”.
Além da Covid-19 outras ameaças ao cenário base são a instabilidade do petróleo, a descontinuidade da agenda de reformas e o aumento da incerteza política e fiscal. A indústria de transformação deve crescer apenas 0,8% em 2020. O Efeito Argentina tem exercido papel de destaque no mau desempenho da transformação nos últimos anos. Este setor será o mais afetado pelo choque do coronavírus.
Fonte: Abre – Associação Brasileira de Embalagem